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11 de setembro: como o atentado pode cair nas provas de vestibulares e Enem

Publicado por Érica Caetano
09/09/2022 13h42 , atualizado em 09/09/2022 14h04
Como atentados terrroristas, a exemplo do 11 de setembro, podem cair nos vestibulares
Crédito da Imagem: Shutterstock / Joseph Sohm

No próximo domingo, 11 de setembro, o atentado terrorista sofrido pelos Estados Unidos completa 21 anos. Na data, quatro aviões comerciais americanos foram sequestrados, na costa leste do país, e dois deles foram lançados contra as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), na ilha de Manhattan, em Nova York. Um se chocou com o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, em Washington D.C., e o outro caiu numa área desabitada no estado da Pensilvânia.

O 11 de setembro ficou conhecido por ser o maior ataque já sofrido no território americano desde o bombardeio japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. No total, 2.977 pessoas foram mortas nos ataques, além dos 19 sequestradores dos aviões.

Leia também: 11 de Setembro: um dia de atentados terroristas

O atentado de 11 de setembro é considerado o ataque com o maior número de mortos da história. Além do mais, foi uma tragédia que mudou, em vários aspectos, os rumos do mundo. 

Diante desse contexto, o Super Vestibular conversou com professores de História e Geografia para saber como o 11 de setembro e seus desdobramentos podem ser abordados nas provas dos vestibulares e, até mesmo, no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Confira:

O professor de História do Colégio Poliedro, Tiago Santos Salgado,  fez algumas considerações sobre o que é importante saber sobre os atentados, como o de 11 de setembro.

"É importante lembrar que os atentados, como o de 11 de setembro, marcaram um novo período histórico nas tensões entre as nações. Sendo que os ataques aos EUA pelo grupo terrorista Al-Qaeda deram início ao período conhecido como Guerra ao Terror, um dos pontos centrais da chamada Doutrina Bush." 

Professor de História Tiago Santos Salgado

Para Tiago, um ponto fundamental é o estudante tentar colocar o atentado de 11 de setembro dentro de sua conjuntura histórica, uma vez que esse não foi o primeiro nem o último atentado terrorista ao mundo ocidental.

Nesse sentido, é necessário buscar compreender as origens desse fenômeno que ficou conhecido como terrorismo, que remonta à forma como os países ocidentais, em especial os EUA e a Europa, intervêm em diversas regiões no mundo, em particular no Oriente Médio. 

"Se tensionarmos essas relações, é possível resgatar as políticas imperialistas do século XIX como uma das principais maneiras pelas quais os países de capitalismo central do Ocidente se relacionam com o Oriente. No entanto, recuperar eventos como a Guerra do Afeganistão e as crises do Petróleo durante a Guerra Fria são relativamente suficientes para compreender o terrorismo. "

Professor de História Tiago Santos Salgado

Para o professor Thiago, somam-se as questões econômicas e geopolíticas um aspecto cultural importante, que é a religião. Como os países onde os principais grupos terroristas se formam têm origem islâmica, marca também uma disputa no campo da cultura, em que o ocidente nunca conseguiu compreender formas de organização social alternativas, o que foi a justificativa para muitas das intervenções e guerras no Oriente Médio que contam com o patrocínio e/ou a participação direta de países Europeus e dos EUA.

Tudo isso gera um caldo cultural propício para que grupos radicais se formem e possam articular atentados terroristas, como os que aconteceram no dia 11 de setembro de 2001.

Por fim, cabe destacar que a América Latina também contou com o seu 11 de setembro, no caso, do ano de 1973, quando o então presidente chileno Salvador Allende foi deposto, em virtude de um violento golpe militar.

Já na disciplina de Geografia, o professor do colégio e curso Oficina do Estudante, em Campinas-SP, Daniel Simões, explica que o aluno precisa saber que os atentados de 11 de setembro são um ponto de reflexão na história recente do mundo.

"Nós vínhamos de uma condição mundial mais ou menos estável após a Guerra Fria. Logo depois dela, diversos analistas previam um mundo mais pacífico, sem grandes conflitos em que o comércio e a diplomacia seriam mais importantes do que as ações militares. E, de repente, o 11 de setembro subverte essa lógica, mostrando que ainda existem questões militares muito centrais na relação entre os países e também grupos."

Professor de Geografia Daniel Simões

Simões acredita que o aluno precisa saber que, a partir do 11 de setembro, iniciou-se um ordenamento mundial em torno do conceito de Guerra ao Terror. Então, este atentado é um ponto de inflexão na ordem mundial, que derrubou as teorias que se criaram de um mundo menos violento, onde a economia seria a moeda principal de diálogo.

"Hoje, com a Guerra na Ucrânia fica ainda mais claro. Mas, na época, isso foi uma novidade. Ainda neste contexto, os estudantes precisam saber que os atentados foram orquestrados pela rede Al-Qaeda, no período encabeçada pelo Osama bin Laden e que eles fazem esses ataques a partir do Afeganistão, o que vai gerar uma reação militar da Otan e, posteriormente, contra o Iraque, além de outros países que sofreram pressão por supostamente estarem alinhados a grupo terroristas. Os Estados Unidos falaram do Eixo do Mal, acusaram o Irã e a Coreia do Norte".

Professor de Geografia Daniel Simões

O terrorismo nos vestibulares e Enem

As provas costumam tratar do tema terrorismo relacionando-o com questões geopolíticas e em história, nas relações entre o Oriente e o Ocidente, com especial destaque para as tensões econômicas, em particular relacionadas a extração do petróleo.

Em relação aos EUA, o professor Thiago acredita que as provas podem questionar o candidato acerca das consequências internas do atentado, em especial no que diz respeito ao nacionalismo e ao sentimento contrário ao estrangeiro, em particular contra o muçulmano. Além disso, as políticas restritivas adotadas pelo governo dos EUA após os atentados também podem causar questionamentos acerca da própria política democrática no país.

Já em relação ao Afeganistão e ao Iraque, países invadidos pelos EUA em função dos ataques de 11 de setembro, as provas podem abordar a destruição causada pela guerra, sendo que no caso do Afeganistão, podem aparecer questões sobre a saído dos EUA do país, que acabou resultando no retorno dos Talibãs ao poder no país, no início de 2022.

Aspectos relacionados com a globalização e a própria forma como a circulação e reprodução de mercadorias se efetiva atualmente também podem aparecer, buscando identificar os interesses imediatos, tanto econômicos quanto políticos, na chamada Guerra contra o Terror.

Em Geografia, normalmente faz-se o contraponto de que até o 11 de setembro havia a ideia de um mundo mais pacífico. O atentado joga essa ideia por terra. Outra forma disso ser abordado seria nas ações contra liberdade e privacidade dos cidadãos americanos, quanto de outros países, que acabam vendo sua soberania ser investigada e a criação de uma agência de segurança enorme, que é a NSA (Agência de Segurança Nacional).

O terrorismo e a atualidade

O terrorismo segue sendo um dos fenômenos mais importantes da atualidade, sendo o atentado de 11 de setembro sua expressão mais radical. No entanto, é importante lembrar que ele não nasce naturalmente, sendo resultado da histórica tensão entre os países de capitalismo central do Ocidente e as nações do Oriente, principalmente.

Leia: Atentado de 13 de novembro em Paris

Essa tensão deve ser compreendida a partir das maneiras como as cadeias produtivas globais se estruturam e das próprias correlações de forças sociais, políticas e econômicas que comandam e subordinam os padrões de produção e de demanda, em especial por petróleo. 


 

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