O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nesta sexta-feira, 16 de setembro, os dados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica.
De acordo com os números preliminares, comparando os anos de 2021 e de 2022, o índice de matriculados no ensino médio caiu de 6.564.625 para 6.217.486. Ou seja, 5,3% menor e o equivalente a 347 mil matrículas a menos entre um ano e outro.
Levando em conta o contexto de reabertura gradual dos colégios, após o pico de maior contaminação da Covid-19, foi observado indícios do aumento no que diz respeito a evasão escolar na última etapa de ensino.
No final do ano, mais precisamente no mês de dezembro, é esperado que seja divulgado os dados finais, com as possíveis correções solicitadas pelos municípios e estados e então será possível projetar comparativos junto do balanço final do ano passado, que foi de 6.446.002 matrículas.
Escolas em tempo integral
Mesmo com a queda no total de matrículas, o número de alunos matriculados em escolas de tempo integral aumentou, o que é visto como reação do novo ensino médio que está em processo de implantação no país. O montante de estudantes em tempo integral aumentou 10,5%.
O ensino básico total, indo da creche até o Ensino Médio, incluindo a educação de jovens e adultos, totalizou 35.760.081 matrículas em 2022, sendo 2,07% a menos do que em comparativo aos dados preliminares divulgados no ano passado (2021).
Saeb e Ideb
O Inep também apresentou hoje, junto com os representantes do Ministério da Educação (MEC), os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 e do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021.
As planilhas apresentadas contam com as proficiências médias e a distribuição percentual dos estudantes nos níveis das escalas utilizadas no Saeb.
É possível consultar, ainda, informações de desempenho a nível nacional, por estado e município. Recortes segundo a rede de ensino (federal, estadual e municipal), a localização (rural ou urbana) e a área (capital ou interior) também estão disponíveis.
O Saeb 2021 apresentou considerações em relação ao cenário pandêmico causado pela Covid-19, que refere-se a suspensão das atividades de ensino, que acarretou com que boa parte das escolas adotassem novas mediações de ensino e a reverem seus currículos e critérios trazendo reflexos na avaliação.
Nas duas últimas edições do Censo Escolar (2020 e 2021), o Inep apurou dados sobre a “Resposta educacional à pandemia de Covid-19 no Brasil”, com o objetivo de compreender as consequências da crise sanitária na educação.
A pesquisa apontou que 92% das escolas de educação básica, público-alvo do Saeb, adotaram estratégias de ensino remoto ou híbrido e 14,45% ajustaram a data de término do ano letivo.
Além disso, nesse universo da educação básica, 72,3% das escolas recorreram à reorganização curricular para priorizar habilidades e conteúdos. Já o “continuum curricular” foi adotado por 17,2% das escolas.
Todas as medidas visaram evitar o aumento da reprovação e do abandono escolar, que acabaria impondo uma nova penalidade aos estudantes para além da própria pandemia. A adoção do continuum curricular também teve por objetivo evitar a elevação da reprovação
Da mesma forma que os resultados do Saeb e do Censo Escolar tiveram reflexo pelos impactados pelo cenário da crise da Covid-19, o mesmo ocorreu com o Ideb.
O Saeb é realizado desde 1990 pelo Inep e é uma avaliação em larga escala que disponibiliza subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais.
Com ele é possível que as mais variadas esferas governamentais possam avaliar a qualidade da educação praticada no Brasil, a partir de evidências.
Por meio de testes e questionários, a avaliação reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes que participam. Esses níveis são descritos em escalas de proficiência para cada uma das áreas e etapas avaliadas.
O Inep aplicou o Saeb 2021 entre 8 de novembro e 10 de dezembro, em mais de 72 mil escolas públicas e privadas de todas as unidades da Federação. Aproximadamente 5,3 milhões de estudantes foram avaliados.
Os resultados de aprendizagem apurados no Saeb, juntamente com as taxas de aprovação aferidas no Censo Escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), utilizado para monitorar o desempenho das escolas e das redes de ensino.
