Ontem, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovou a inclusão de cotas raciais em seus vestibulares. A medida passará a valer a partir do Vestibular de Inverno 2020.
A decisão foi aprovada em votação de reunião plenária do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP). Além dos conselheiros, a reunião teve a participação de servidores, alunos, professores não conselheiros do CEP e profissionais da imprensa.
O reitor da UEM, professor Júlio Damasceno, afirmou que a aprovação das cotas raciais é uma forma de reparar as injustiças históricas sofridas pelos negros.
“Hoje é um dia histórico não apenas para a história da universidade, mas, sobretudo, para a vida de pessoas, pois, as cotas implicam no projeto de famílias”. (Júlio Damasceno, reitor da UEM)
A adoção de cotas raciais na UEM era uma reivindicação do Coletivo Yalodê-Badá, do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afrobrasileiros (Neiab) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE). No ano passado, eles recolheram mais de 3 mil assinaturas em um abaixo-assinado e cartas de apoio de movimentos sociais.
A reserva de vagas para pretos e pardos já existe em outras universidades públicas do Paraná, como na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O próprio reitor da UEL, Sérgio Carlos de Carvalho, também esteve presente na reunião de ontem.
Vagas
Os vestibulares de Inverno e Verão da UEM, a partir de 2020, irão reservar 20% das vagas para candidatos pretos e pardos que não possuem curso superior. Dentro desta reserva, 75% são para candidatos de baixa renda. As cotas raciais não valem para o Processo de Avaliação Seriada (PAS).
Como era
- 80% das vagas para ampla concorrência
- 20% das vagas para cotas sociais (rede pública e baixa renda)
Como vai ficar
- 60% das vagas para ampla concorrência
- 20% das vagas para cotas sociais (rede pública e baixa renda)
- 20% das vagas para cotas raciais (pretos e pardos)
Atualmente, entre os 17,2 mil estudantes matriculados nos cursos de graduação da UEM, 66% são brancos, 23% são negros (pretos ou pardos), 8% não se declararam, 5% são amarelos e 0,4% indígenas.