Coerência textual no Enem
A coerência textual no Enem deve seguir três princípios básicos: o princípio da não contradição, princípio da não tautologia e princípio da relevância.
Para escrever uma boa redação no Exame Nacional do Ensino Médio, o candidato deve levar sempre em consideração dois aspectos fundamentais na hora de escrever o texto: a coerência e a coesão textual. Hoje falaremos sobre a coerência, elemento da linguística textual responsável por tornar um texto inteligível, ou seja, compreensível, sem furos de argumentos e ideias. Para te ajudar a compreender melhor esse conceito, o Super Vestibular traz para você mais uma superdica sobre coerência textual no Enem.
A coerência é a conformidade entre fatos ou ideias, ou seja, está relacionada com o processo de construção de sentidos. Diferentemente da coesão, que atua na superfície do texto, concatenando ideias através dos diversos conectivos, a coerência textual não pode ser delimitada, já que o leitor é o responsável pela constituição dos significados do texto. A coerência textual reside nas entrelinhas da redação, e existem três princípios básicos para que ela seja respeitada:
1- Princípio da não contradição;
2- Princípio da não tautologia;
3- Princípio da relevância.
Os três princípios dão conta de que um bom texto deve apresentar argumentos consistentes, livres de incoerências, sem repetições de ideias e com informações relevantes que estabeleçam uma relação dialógica ao longo da composição. Se você ainda ficou em dúvida, basta estabelecer alguns padrões mentais que diferenciem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido!
Na fala, geralmente, somos influenciados por esses padrões mentais, responsáveis por guiar nossos argumentos a fim de que sejam compreensíveis e lógicos para nossos interlocutores. Na escrita, infelizmente, muitas vezes esses padrões mentais parecem não funcionar, visto a enorme dificuldade que muitos de nós temos ao elaborar um texto. Um exercício simples pode ajudar bastante: antes de escrever sua redação, elabore um esquema, dividindo hierarquicamente as ideias e estabelecendo relações entre elas. Outra superdica bastante simples, mas que pode fazer toda a diferença para uma boa coerência textual no Enem, é: RELEIA seu texto, uma leitura cuidadosa pode ser capaz de esclarecer possíveis pontos cegos e problemas na estrutura da redação. Bons estudos e boa prova!
Exercício de Redação para o Enem (com gabarito)
Enem – 2012
Questão 120
Texto I
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012.
Texto II
A dois passos do paraíso
“(...) A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
“Dedique uma canção a quem você ama”
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta
Uma carta d’uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
“Mariposa Apaixonada de Guadalupe”
Ela nos conta que no dia que seria
o dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena e
Pacata cidade de Miracema do Norte
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando volte
Onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos e para-choque duro (...)”.
BLITZ. Disponível em: http://letras.terra.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (fragmento).
Em relação ao Texto I, que analisa a linguagem do rádio, o Texto II apresenta, em uma letra de canção,
a) estilo simples e marcado pela interlocução com o receptor, típico da comunicação radiofônica.
b) lirismo na abordagem do problema, o que o afasta de uma possível situação real de comunicação radiofônica.
c) marcação rítmica dos versos, o que evidencia o fato de o texto pertencer a uma modalidade de comunicação diferente da radiofônica.
d) direcionamento do texto a um ouvinte específico, divergindo da finalidade de comunicação do rádio, que é atingir as massas.
e) objetividade na linguagem caracterizada pela ocorrência rara de adjetivos, de modo a diminuir as marcas de subjetividade do locutor.
Comentário da questão: É possível encontrar na letra da música “A dois passos do paraíso” um típico discurso radiofônico, cuja linguagem é simples e direcionada para um interlocutor definido. A história faz-se verossímil na voz de um locutor de rádio.
Resposta da questão: Alternativa “a”.