Recorrer às bebidas energéticas para aguentar a intensa rotina de estudos tem sido tão comum entre os jovens quanto passar noites em claro em decorrência do vestibular. Sinônimo de energia e estímulo, os energéticos são tidos muitas vezes como itens imprescindíveis no dia a dia dos vestibulandos, que muitas vezes desconhecem a composição dos produtos e, principalmente, seus malefícios, quando consumidos em exagero.
Segundo dados federais apresentados pelos Estados Unidos, em 2011, a bebida energética foi citada como a principal causa de 20.783 atendimentos hospitalares de urgência, sendo que o maior grupo de pacientes estava na faixa dos 18 aos 25 anos. No Brasil, entre 2006 e 2010, o crescimento do consumo desse tipo de produto foi de 325%, conforme pesquisa realizada pela Associação das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir).
Enquanto bebidas energizantes, mais utilizadas por esportistas, possuem efeito isotônico e auxiliam na restauração do equilíbrio do organismo, as bebidas energéticas têm efeito estimulante e, se ingeridas indiscriminadamente, resultam em fortes efeitos colaterais como aceleração do batimento cardíaco, insônia e dependência. Vale ressaltar que, dependendo da dose e do organismo, as implicações podem ser ainda piores.
Mesmo concedendo a falsa impressão de substituição do repouso, as bebidas à base de cafeína podem afetar diretamente a memória e a capacidade de concentração dos estudantes. Como esse tipo de bebida atua diretamente no Sistema Nervoso Central, para estimular o metabolismo da pessoa que o ingere, ela também pode agir no cérebro, retardando suas respostas e estímulos.
Vale lembrar que o estado de alerta é temporário, por isso, quando o efeito da bebida passa, o cansaço geralmente é ainda maior e, em consequência disso, dores de cabeça e queimação costumam aparecer, sem pedir licença. Composto por cafeína, taurina e inusitol, prioritariamente, os energéticos também podem contribuir para a perda de cálcio e magnésio, causando, futuramente, uma possível osteoporose.
Se for para recorrer a esse tipo de produto para manter a energia, os estimulantes naturais, como o guaraná, gengibre e ginseng, são os mais aconselháveis já que alteram o estado fisiológico do ser humano, comparando-o ao momento que a adrenalina é liberada pelo sistema, sem tanta agressão. Contudo, mesmo com composições diferentes, o resultado é o mesmo se ingerido em excesso, por isso, a moderação é sempre o melhor remédio.