Já experimentou fazer uma busca no Google sobre dicas de chute em processos seletivos? Se sim, com certeza você já se deparou com os inúmeros artigos disponíveis sobre como chutar certo nas provas ou, ainda, com dicas e técnicas para chutar uma questão. Se não, pare tudo que está fazendo e confira com seus próprios olhos como a probabilidade costuma ser utilizada em prol dos estudantes indecisos.
Viu? Então agora podemos contar o outro lado da história. Em 2009, ao apresentar uma reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) adotou um novo método de avaliação: a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Além de avaliar as habilidades e conhecimentos do estudante, ela também foi instituída com a proposta de detectar os chutes cometidos pelos alunos.
Isso mesmo! A partir dessa ideia, o INEP dividiu as questões objetivas do Enem conforme seus graus de dificuldade. A prova é constituída, basicamente, por 25% de perguntas fáceis, 50% intermediárias e 25% difíceis. Segundo a TRI, o candidato que erra questões fáceis, não consegue responder as difíceis e vice-versa. Assim, após identificar o perfil do aluno, o sistema detecta as respostas fora do padrão, considerando-as como “chutes”.
Essa Teoria também analisa a coerência das respostas marcadas, atribuindo um peso diferenciado para as respostas aleatórias e para os acertos garantidos por conhecimento. Nesse sentido, notas diferentes podem ser concedidas para dois candidatos que acertaram a mesma quantidade de questões, por exemplo, impedindo assim que candidatos consigam se beneficiar da sorte na hora de resolver as 180 questões.
A questão principal é que o nível de dificuldade das questões é estabelecido pelo Inep e não é apresentado aos alunos nas provas. Dessa forma, tentar adivinhar quais perguntas garantirão maior nota não passa de ilusão e perda de tempo. Vale ressaltar, ainda, que o sistema não altera o desempenho do candidato no Exame. Ele apenas detalha, de forma mais precisa, suas notas, obrigando o estudante a priorizar o conhecimento à esperteza.
Mesmo assim, dicas e técnicas de chute, agora especificamente para o novo Enem, continuam sendo elaboradas e divulgadas para estudantes de todo o Brasil. Segui-las ou não é uma decisão única e exclusiva do candidato, por isso, o aluno precisa estar ciente das possíveis consequências e prejuízos dessas respostas aleatórias e, acima de tudo, priorizar os estudos. Mais indicado do que não deixar uma resposta em branco, é estar preparado para respondê-la.