Quase 100 mil participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 farão provas em escolas da rede pública que estão ocupadas por manifestantes. A informação foi divulgada na coletiva de imprensa do Ministério da Educação (MEC), realizada na tarde de hoje, 19 de outubro.
De acordo com o órgão, são 181 escolas ocupadas que devem ser locais de prova, as quais estão situadas em 82 municípios de 11 estados brasileiros. O mais atingido é o Paraná: de 682 locais que serão usados no dia do Enem, 145 estão ocupados.
No Rio Grande do Norte, 12 das 409 escolas estão ocupadas. Por outro lado, seis colégios de Minas Gerais encontram-se nessa situação, de um total de 1.744. Nos demais oito estados, há 18 escolas ocupadas. Conforme sinalizado na coletiva, esses números podem aumentar ou diminuir nos próximos dias.
Os manifestantes ocuparam as escolas em protesto à nova reforma do ensino médio e à PEC 241, que congela os investimentos na educação por 20 anos.
Desocupação
Segundo o ministro da educação, Mendonça Filho, o MEC reconhece o direito à manifestação, mas pede que os estudantes desocupem as escolas até o dia 31 de outubro para não atrapalhar a realização do Enem. “Impedir que participantes façam o Enem é antidemocrático e fere o direito de ir e vir”, afirmou. O ministro também acusa entidades de patrocinar as ocupações, sem citar quais.
A estimativa do MEC é que, se os manifestantes não desocuparem as escolas até 31 de outubro, as provas serão canceladas nessas unidades e órgão terá que reagendar o Enem. As novas datas seriam ainda neste ano.
Por fim, o ministro disse que já foi solicitado a Advocacia-Geral da União (AGU) que sejam adotadas medidas jurídicas cabíveis, já que o estado teria que cobrir a organização de uma nova prova. “Cada prova custa R$ 90, o que geraria um prejuízo de cerca de 8,550 milhões”, detalhou Mendonça.
Locais de prova do Enem 2016
O cartão de confirmação, com os locais, horários e informações pessoais dos candidatos, saiu às 15h de hoje. Confira todos os detalhes.