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Bicentenário da Independência: curiosidades sobre o grito do Ipiranga

Em celebração ao bicentenário da Independência, professor de História conversou com o Super Vestibular sobre mitos do grito do lpiranga.

Publicado por Érica Caetano
06/09/2022 11h25 , atualizado em 06/09/2022 11h51
Obra "Independência ou Morte", de Pedro Américo, feita em óleo sobre tela (1888).
Crédito da Imagem: Reprodução / Ministério das Relações Exteriores - Patrimônio Histórico.

Nesta quarta-feira, 7 de setembro, será celebrado o bicentenário da Independência, ou seja, o Brasil completa 200 anos de sua independência de Portugal. Neste dia é lembrado e comemorado o fim do período colonial e o início da monarquia no Brasil

A data marca também os 200 anos do “Grito do Ipiranga”, o famoso chamamento que Dom Pedro I teria realizado proclamando a Independência do Brasil, às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, conforme história contada por muitos livros. No entanto, há muitos mitos que rondam como de fato isso aconteceu e foi retratado. 

Conversamos com o professor de História do Colégio e Curso Oficina do Estudante, em Campinas-SP, Alfredo Terra Neto, sobre alguns desses fatos.

Ele explica que o Grito do Ipiranga não foi nem um pouco “pomposo”, como retratado no quadro do artista Pedro Américo pintado 66 anos depois da Independência e eternizado em livros de História. Confira:

Leia também: Por que o coração de Dom Pedro I não foi enterrado com o corpo?

Mula ou cavalo imponente?

Já faz algum tempo que existe um consenso entre os especialistas de que Dom Pedro I não estava em um cavalo imponente como na pintura, mas sim em uma mula, já que esse animal é mais resistente para grandes viagens, como era o caso da ocasião, pois estava voltando de uma viagem do litoral para São Paulo e a mula suportaria melhor todo o trajeto.

Vestimenta imperial

Outro aspecto levado em conta refere-se à vestimenta de Dom Pedro I e os demais retratados na pintura. No quadro, todos os presentes estavam vestidos com uniformes de gala, mas tudo leva a crer que isso não era a realidade da situação, principalmente pelo fato de o grupo estar voltando de uma viagem e a ocasião não exigir tais trajes.

Grande comitiva

Ainda analisando os fatos retratados no quadro de Pedro Américo, na pintura é ilustrada uma grande comitiva acompanhando o grito de "independência ou morte", de Dom Pedro I. No entanto, acredita-se que, na verdade, estavam presentes no máximo 14 pessoas.

Grito às margens do Ipiranga 

Apesar de muito aclamado, inclusive no próprio Hino Nacional, o grito não teria sido às margens do riacho Ipiranga, e sim em uma colina, estando o rio atrás dela. Outra questão interessante é que não chegou a ocorrer um "grito de Independência" de fato, mas sim um comunicado do futuro imperador aos seus guardas e demais membros da comitiva que o acompanhava.

Dor de barriga 

Segundo atestam alguns historiadores, antes do comunicado de Independência, Dom Pedro estava atendendo a “mais um chamado da natureza", devido a uma dor de barriga que o acometeu quando retornava de Santos para o Rio de Janeiro. 

Visão idealizada da Independência do Brasil

Mas, afinal, por qual motivo difundiu-se uma visão idealizada e heróica da Independência do Brasil? O professor Alfredo explica que o dia 7 de setembro comemora um “ato de um monarca” e sua celebração foi dominada por interpretações conservadoras.

"Na década de 1820, até precisamente 1831, tivemos duas datas oficialmente celebradas: 7 de setembro e 12 de outubro, essa última hoje pouco conhecida. A  data de 12 de outubro foi a data em que, oficialmente, D. Pedro I foi aclamado Imperador." 

Professor Alfredo Terra Neto

As festividades de 7 de setembro e 12 de outubro sempre foram eventos voltados para os membros da corte e para as “honradas” famílias da sociedade. Em 1826 foi oficializado o 7 de setembro como a data da Independência, sendo também oficializado pela Câmara dos Deputados e Senado.

Avançando um pouco no tempo, chegamos em 1888, data em que é apresentada a obra de Pedro Américo, o “Grito do Ipiranga”. O quadro faz parte da escola romântica, um estilo artístico que vigorou em meados do século XIX e que teve, entre suas principais características, a exaltação dos sentimentos nacionalistas.

A tela foi encomendada pelo governo da província de São Paulo para o salão de honra do Monumento da Independência, atual Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), que estava em construção. Sendo assim, a obra visava dar um pouco de fôlego para a "adoentada" monarquia. 

"O objetivo era enaltecer a monarquia e a terra paulista como elementos fundadores da nacionalidade brasileira. Também cabe destacar que, no referido período, a monarquia brasileira estava em crise, tanto é que viria a cair em 15 de novembro de 1889."

Professor Alfredo Terra Neto

A tela não conseguiu salvar a monarquia, mas a imagem que se difundiu sobre o 7 de setembro foi justamente a transmitida pelo quadro: um ato heróico promovido por Dom Pedro I, sem contar com qualquer participação popular ou de outros personagens importantes, conforme destaca a historiografia mais recente.

Neto destaca ainda que, seguindo a tendência positivista e romântica da época, personagens importantes da nossa independência foram deixados de lado. É o caso de Dona Leopoldina (esposa do futuro imperador) e Maria Quitéria, uma valente mulher e soldada que atuou com firmeza e bravura na luta contra tropas portuguesas na Bahia.

"Não há dúvidas de que a visão e a atuação política de Dona Leopoldina, arquiduquesa austríaca, nos bastidores do processo de independência, tiveram considerável peso para o trajeto que tomou a história do país. A historiografia atual tem feito um esforço imenso para incluir mulheres e pobres nos debates sobre os grandes temas da história, no entanto, o efeito prático de tal inclusão não é rápido."

Professor Alfredo Terra Neto

Veja nos links abaixo videoaulas para se aprofundar mais sobre o tema:

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