Bicentenário da Independência: saiba como tema pode cair no Enem e vestibulares
O bicentenário da Independência é comemorado nesta quarta-feira (7). Professores falam como tema pode cair no Enem e vestibulares.
O bicentenário da Independência ocorre neste ano, ou seja, o Brasil completa 200 anos de sua independência de Portugal na próxima quarta-feira, 7 de setembro. A data é histórica e marca o bicentenário do fim do período colonial e o início da monarquia no Brasil.
O tema é importante para a constituição do país e pode ser cobrado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano, bem como nas provas de vestibulares.
Estar atualizado sobre o assunto pode ajudar no momento da prova. Para entender melhor a importância do assunto, o Super Vestibular conversou com professores de História que falam sobre o processo da independência e dicas para estudar o tema.
O contexto histórico e a série de acontecimentos do processo de independência fazem parte de uma temática de suma importância para o Enem e vestibulares. Esse processo, segundo o professor de História Afonso Fernandes, possui relevância histórica, social e econômica para o país.
Leia também: Por que o coração de Dom Pedro I não foi enterrado com o corpo?
Bicentenário da Independência: como pode cair no Enem e vestibulares?
Há diversas formas de abordar o bicentenário da Independência nas provas do Enem e de vestibulares. Algumas delas de maneira interdisciplinar, isto é, envolvendo outras disciplinas, conta o historiador Afonso Fernandes.
As questões podem ser mais diretas, referindo-se ao bicentenário, como também contextualizando o processo e as relações entre o passado e presente do país, argumenta o professor.
Em diferentes regiões brasileiras, ocorreram movimentos que buscaram a independência. Inspirados em ideias iluministas e republicanas, esses acontecimentos podem ser cobrados no Enem e vestibulares, segundo a historiadora Nathália de Freitas, doutora pela Universidade Federal Goiás (UFG).
Entre os conteúdos relacionados ao assunto que podem ser cobrados, podemos destacar:
- Inconfidência Mineira no final do século XVIII;
- Conjuração Baiana de 1798;
- Revolução Pernambucana de 1817.
A professora aponta também a Revolução Liberal do Porto, que aconteceu em 1820 em Portugal. O evento buscou recolonizar o Brasil e pressionou a volta de Dom Pedro I ao território português.
Por muitos anos a Independência foi idealizada e romantizada, como mostra a pintura “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, lembra Nathália. Para a professora, a construção do nacionalismo a partir da independência pode ser abordada no Enem.
Entre os fatos ressaltados pelo professor Afonso Fernandes estão:
- expansão napoleônica;
- chegada da corte portuguesa no Brasil;
- Período Joanino;
- Grito do Ipiranga;
- Dia do Fico;
- Período Regencial.
A professora Nathália enfatizou sobre o período após a Independência. Ela destaca o regime monárquico e a continuidade da escravidão.
O professor de História do Instituto Federal do Piauí (IFPI) João Paulo Peixoto Costa destacou como dica aos estudantes o afastamento de lugares-comuns que já foram superados pela historiografia. Ele menciona, por exemplo, que o 7 de setembro não foi a data mais importante.
“A Independência pode ser abordada enquanto um processo que deu início à formação do estado e da nacionalidade brasileiras. A partir dela, é possível tratar de questões como nação e identidade nacional, Constituição e estado de direito, desigualdades sociais e regionais, cidadania e populações subalternizadas”
Professor Dr. João Paulo Peixoto Costa
Para o professor de História Daniel Neves as questões sobre o tema podem ser cobrados de duas formas:
- Conteúdista/factual: com foco no conhecimento sobre fatos específicos acerca do processo de independência;
- Crítica/reflexiva: com foco na capacidade de interpretação de maneira mais crítica. Essas questões podem exigir a identificação dos ideais por trás da Independência, como também suas limitações. Quais os avanços conquistados após 200 anos e quais os aspectos que precisam de melhorias.
O historiador Daniel pontua também a importância em compreender o processo de independência de forma mais crítica. Ele exemplifica o fato de que após a Independência, a exploração sobre a população negra se manteve com a continuidade da escravidão.
De acordo do com o professor é necessário entender que o processo ocorreu para atender os interesses da elite, e que após independente, o país continuou com o sistema político excludente.
Independência nas Américas
No século XIX, não foi somente o Brasil a se tornar independente. Nesse período, grande parte das colônias americanas instituíram as suas independências, aponta a professora Nathália de Freitas.
É interessante, na perspectiva da pesquisadora, o estudante atentar à lógica dos processos de Independência que ocorreram no continente americano durante o século XIX. A análise desse contexto pode contribuir para o processo de estudo sobre o tema, defende a historiadora.
Outro fato é que o Brasil foi um dos poucos países a adotar o regime monárquico logo após a Independência. As colônias da Espanha, assim que independentes, instituíram o regime republicano.
Saiba mais: Tudo sobre o processo de Independência do Brasil
Projetos de independência
A historiadora Nathália de Freitas destaca como dica fundamental sobre o tema o fato de que não houve somente um projeto de independência no Brasil.
“Cuidado com a versão única, romântica e idealizada da Independência. Ela envolveu vários projetos: republicanos, abolicionistas, populares, elitistas e monarquistas. E ela vai contar não só com a participação de homens, mas também de mulheres.”
Professora Dra. Nathália de Freitas
Entre as mulheres que participaram do processo, a historiadora destaca: Maria Felipa, Maria Quitéria e Joana Angélica.
Confira nos links abaixo videoaulas para estudar sobre o tema:
Período Joanino e Independência do Brasil