O que pode cair sobre meio ambiente e clima no Enem 2021 e vestibulares
Incêndios na Europa, relatório IPCC, desmatamentos no Brasil e mais assuntos podem ser abordados nas provas
É comum que nas provas de vestibulares e do Enem sejam cobrados temas discutidos atualmente no Brasil e no mundo. No momento, meio ambiente e clima são dois assuntos intimamente ligados e que estão em pauta. A aposta é que ambos apareçam nas questões, por isso é importante dominar os tópicos para se dar bem nas provas.
Meio ambiente e clima podem cair nas provas de Geografia e Biologia de forma específica, mas, também, podem ser abordados de forma interdisciplinar. Nesse caso, os temas podem ser trabalhados em questões de Ciências da Natureza, por exemplo.
As questões nos vestibulares e no Enem sobre meio ambiente e clima podem ser diretas, do tipo pergunta e resposta. Porém, as questões também podem conter gráficos, imagens, tabelas e infográficos para serem analisados. Acesse as provas anteriores de vestibulares e Enem para saber como sãs as perguntas.
Por que meio ambiente e clima são temas importantes em 2021?
Uma série de eventos justifica que meio ambiente e clima estão sendo muito discutidos em 2021 a ponto de caírem em vestibulares e Enem. Relembre alguns casos:
Crise hídrica
O Governo Federal reconheceu que o Brasil passa, atualmente, por uma crise hídrica, ou seja, está faltando água para abastecimento da população, especificamente nas cidades onde se concentra o maior número de habitantes, como São Paulo. A crise se agrava especialmente nesta época do ano, na qual faltam chuvas no Brasil, o que corresponde ao período de estiagem.
Para conter a crise hídrica no Brasil - considerada a mais alta dos últimos 91 anos - o Ministério de Minas e Energia (MME) tomou algumas medidas, como diminuição do valor da conta para consumidores residenciais que reduzam o gasto entre 10% e 20%. Além disso, foi criada a bandeira da escassez hídrica: valor cobrado na bandeira vermelha (conta de luz mais cara) patamar dois.
Especialistas apontam as consequências da crise hídrica no Brasil em 2021:
- Apagões em alguns locais devido à alta demanda de consumo elétrico;
- Encarecimento da energia elétrica e, consequentemente, aumento dos preços;
- Aumento de custos nos setores de agricultura, de indústrias e serviços;
- Demora na solução da crise. Mesmo com as chuvas de verão, o problema não deve ser solucionado.
Confira também: escassez hídrica e segurança alimentar
Incêndios na Europa
Cenas de incêndios na Europa em agosto, especialmente de florestas, impressionaram o mundo. Países como Itália, Turquia, Espanha, Bulgária e outros foram os mais atingidos pelas queimadas. Os incêndios foram consequência do calor exorbitante, especialmente na região Sul do continente. Alguns países, como a Grécia, chegaram a registrar temperaturas de até 45º C.
Especialistas listaram as consequências do calor extremo na Europa:
- Degradação ao meio ambiente
- Perda da biodiversidade
- Má qualidade do ar
- Emissão de grandes quantidades de poluição de fumaça na atmosfera
- Aumento dos problemas respiratórios nas pessoas e, com isso, no número de internações e mortes
Relatório IPCC da ONU
No dia 9 de setembro, o Painel Intergovernamental de Mudança de Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório que é a grande revisão da ciência das mudanças climáticas desde 2013.
O Professor de Geografia do Curso Pré-Vestibular da Oficina do Estudante, de Campinas (SP), Dario Feltrin, explica a importância de alguns pontos listados no relatório IPCC 2021:
=>Aquecimento global e suas consequências: aumento do nível dos oceanos, secas e inundações, aumento da temperatura dos oceanos provocando verdadeiros desfiles de furacões, tufões (ciclones de um modo geral) principalmente no Hemisfério Norte, e acidez dos oceanos.
Saiba mais: diferença entre ciclone, tornado, furacão e tufão
=>Aumento de 1,5ºC será alcançado até 2040 em todos os cenários: esse aumento poderá afetar a cadeia alimentar no mundo, a destruição da fauna e da flora em várias partes do planeta.
Pandemia do coronavírus
O professor Dario Fletrin relembra que, em 2020, a ONU divulgou a relação entre o desmatamento, a perda de biodiversidade e a invasão do homem nas áreas de florestas nativas, provocando um desequilíbrio que lamentavelmente deu espaço à pandemia da covid-19 que assolou a economia mundial.
"O desmatamento, além de impactar as mudanças climáticas, provoca desequilíbrios nos ecossistemas", ressalta o professor de Geografia, Dario Feltrin
Desmatamento no Brasil
Segundo Feltrin, o desmatamento é uma das principais causas das mudanças climáticas. Um dos exemplos é a preocupação com a Amazônia, grande fornecedora de umidade para o centro sul do Brasil por intermédio dos “rios voadores”.
O professor explica que os "rios voadores" são responsáveis hidrológicos em manter os níveis dos nossos rios e reservatórios, consequentemente mantendo a produção de energia hidráulica. "Não podemos esquecer dos povos da floresta (tribos indígenas, populações ribeirinhas, extrativistas) que têm a floresta como seu meio de vida", salienta.
Leia mais sobre o desmatamento no Brasil
Agronegócio no Brasil
No Brasil, por intermédio do avanço do agronegócio, matas são derrubadas, solos são modificados e climas são alterados. Para o professor Dário Feltrin, essa relação homem natureza desordenada sempre atrás da ganância por lucros cada vez maiores a qualquer preço desencadeiam novas doenças e poderão ativar novas pandemias no futuro.
"A preservação de nossas florestas e ecossistemas é de suma importância para evitar danos que muitas vezes podem virar irreversíveis à humanidade", explica o professor
Outra causa responsável pelas mudanças climáticas, de acordo com o professor, seria a queima de combustíveis fósseis (Carvão, Petróleo, Gás). Um exemplo são as “ilhas de calor” associadas à diminuição de áreas verdes e a impermeabilização dos solos nos grandes centros urbanos.
Desmonte de instituições como Ibama, FUNAI e INPE
Por fim, o professor de geografia relembra que o desmonte de órgãos governamentais importantes como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) podem afetar o meio ambiente.
"O desmonte desses órgãos deve provocar no Brasil uma cegueira incalculável em relação a nossa fauna, flora e aos guardiões disso tudo, os povos das florestas", explica Feltrin.
Veja abaixo o papel de cada órgão:
=>IBAMA: é de extrema importância para a preservação e manutenção do Meio Ambiente no Brasil. Ele atua de forma eficiente para a preservação de nossas bacias hidrográficas, flora, fauna e recursos naturais diversos.
=>FUNAI: tem como missão institucional, proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil e a demarcação das terras indígenas. O
=>INPE: tem como objetivo capacitar o país nas pesquisas científicas e nas tecnologias espaciais. O órgão detecta focos de incêndio, prevenção e combate.
Veja também: 10 dicas importantes para preservar o meio ambiente
Outros asssuntos
Além de todos os assuntos citados acima, outros temas do momento sobre clima podem ser cobrados nas provas de vestibulares e do Enem. Anote!
- Escassez de água potável: desequilíbrios do volume de chuvas em algumas regiões do mundo
- Aumento das inundações e do nível do mar: causas do efeito estufa
- Insegurança alimentar: ausência de chuva como motivação