Polícia Civil faz operação para investigar fraudes no Enem e vestibulares
Grupo investigado é suspeito de fraudar provas em Goiás e no Distrito Federal.
Grupo suspeito de fraudar concursos públicos no Brasil, incluindo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é alvo de investigação das polícias civis do Distrito Federal e Goiás. A Operação Panoptes foi deflagrada nesta segunda-feira, 30 de outubro.
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A Polícia Civil do Distrito Federal é responsável pela Operação Panoptes, enquanto em Goiás há a Operação Portas Fechadas. Em conjunto, as duas unidades da PC cumprem 19 mandados de busca e apreensão, 11 de condução coercitiva e 8 de prisão preventiva em Goiânia, Brasília, Nova Glória, Valparaíso e Aparecida de Goiânia.
A Justiça autorizou a busca em 16 endereços do Distrito Federal e também em Goiânia. Nos locais, a polícia encontrou computadores, notebooks, celulares, pendrives e documentos. O material foi apreendido.
Segundo informações da Polícia Civil de Goiás, os policiais estão investigando se o grupo pretendia fraudar as provas do Enem 2017, as quais serão aplicadas em 5 e 12 de novembro para mais de 6,7 milhões de inscritos.
A quadrilha atuava com o uso de pontos eletrônicos e celulares, assim como possuiam um esquema com fiscais aplicadores de provas para terem acesso aos cartões-resposta para a realização da troca pelas folhas dos candidatos que pagaram pela fraude.
O valor pago pelos contratantes variava de acordo com o concurso realizado. Os preços iniciais estavam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Após aprovado para o cargo, o participante fazia um empréstimo consignado para pagar o restante, o que geralmente era referente a 20 vezes o valor do salário do concursado.
De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o órgão não foi notificado e está em busca do inquérito para poder se manifestar sobre o caso.
Fraudes anteriores
Na primeira quinzena de setembro, o Inep anunciou a anulação dos resultados de 13 participantes do Enem que foram indiciados por fraude. As investigações foram fruto da Operação Jogo Limpo, da Polícia Federal (PF).
A Operação Jogo Limpo investigou as edições de 2015 e 2016 do Enem. Os participantes indiciados por fraude foram aprovados em universidades públicas, ou tiveram bolsa do Programa Universidade Para Todos (ProUni) em faculdades particulares. A maioria dos fraudadores estava matriculada em Medicina.
Já a operação Hemostase, da Superintedência Regional de Minas Gerais, continua investigando participantes suspeitos de fraudar o Enem 2013.
Outra operação que investigou possíveis fraudes do Enem 2016 é a Operação Embuste. Até o mês de setembro, o inquérito ainda não havia sido divulgado.
Enem x Segurança
Para o Enem 2017, o Inep anunciou a adoção de equipamento que detecta pontos eletrônicos utilizados por fraudadores. Além disso, todas as entradas dos banheiros terão detectores de metais (aumentando o número de aparelhos para fiscalização); personalização dos cadernos de provas com os dados pessoais e números de inscrições dos participantes, além do recolhimento da impressão digital (biometria).
O Enem 2017 começará no próximo domingo, com fechamento dos portões às 13h e início das provas às 13h30 (horário de Brasília). O primeiro dia terá 90 questões de Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e a Redação. O segundo dia trará 90 perguntas de Ciências da Natureza e Matemática.
O gabarito oficial do Enem 2017 é esperado para três dias após o fim do exame. Já o resultado final será publicado em 19 de janeiro.
Com informações da Agência Brasília e da Polícia Civil do DF