Você sabia que um dos temas mais recorrentes na prova de Linguagens e Códigos do Enem são as figuras de linguagem? Entre questões sobre gêneros textuais, literatura e interpretação de texto, lá estão elas cobrando do candidato atenção e bom domínio da linguagem literária. Para ajudá-lo a desvendar esse importante recurso de expressividade utilizado sobretudo nos textos literários, o Super Vestibular traz para você mais uma superdica sobre figuras de linguagem no Enem.
As figuras de linguagem costumam gerar muitas dúvidas na hora de interpretar uma questão, seja ela sobre literatura ou não, visto que o exame faz uma abordagem interdisciplinar. Isso quer dizer que certamente você precisará empregar seus conhecimentos linguísticos em uma prova de História, por exemplo, e não se espante se as figuras de linguagem estiverem empregadas nesse contexto. Portanto, conhecê-las é fundamental para quem quer entender os mecanismos da linguagem literária.
As figuras de linguagem utilizam o recurso figurativo da linguagem, atribuindo novos sentidos às palavras, desvinculando-as de sua carga semântica habitual. Como estamos muito acostumados com os textos que adotam uma linguagem mais direta e concisa, é normal sentir certo estranhamento ao nos depararmos com metáforas. A dica é: treine a leitura de textos literários, pois a incidência de figuras de linguagem nesse tipo de composição é maior. Isso não quer dizer que você não as possa encontrar nos textos não literários, certo? Vamos estudar?
Exercícios resolvidos sobre figuras de linguagem no Enem
Questão 130 – Enem 2013
O que a internet esconde de você
Sites de busca manipulam resultados. Redes sociais decidem quem vai ser seu amigo — e descartam as pessoas sem avisar. E, para cada site que você pode acessar, há 400 outros invisíveis. Prepare-se para conhecer o lado oculto da internet.
GRAVATÁ, A. Superinteressante, São Paulo, ed. 297, nov. 2011 (adaptado)
Analisando-se as informações verbais e a imagem associada a uma cabeça humana, compreende-se que a venda
a) representa a amplitude de informações que compõem a internet, às quais temos acesso em redes sociais e sites de busca.
b) faz uma denúncia quanto às informações que são omitidas dos usuários da rede, sendo empregada no sentido conotativo.
c) diz respeito a um buraco negro digital, onde estão escondidas as informações buscadas pelo usuário nos sites que acessa.
d) está associada a um conjunto de restrições sociais presentes na vida daqueles que estão sempre conectados à internet.
e) remete às bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e às quais o navegador não tem acesso.
Comentário da questão: Para compreender a questão, é necessário que o candidato estabeleça uma comparação entre o texto verbal e o texto não verbal (imagem associada a uma cabeça humana). Os olhos vendados, além dos outros recursos visuais que comparam a cabeça a uma máquina, fazem parte da linguagem conotativa que representa a vulnerabilidade dos usuários da internet, que não têm acesso a informações importantes sobre a rede e seus filtros.
Resolução da questão: Alternativa “b”.
Questão 120 – Enem 2013
Disponível em: www.filosofia.com.br. A leitura de charges pode ajudar o candidato a compreender o funcionamento das figuras de linguagem
Pelas características da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que o texto possibilita a reflexão sobre uma problemática contemporânea ao
a) criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas estradas.
b) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos.
c) expor a questão do movimento como um problema existente desde tempos antigos, conforme frase citada.
d) restringir os problemas de tráfego a veículos particulares, defendendo, como solução, o transporte público.
e) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado pelos veículos nas ruas.
Comentário da questão: A figura de linguagem empregada na charge é a ironia, pois ela propõe uma reflexão sobre a problemática atual do trânsito urbano. O chargista utilizou uma máxima do filósofo grego Parmênides, retirando-a de seu verdadeiro sentido e associando-a à imagem do trânsito parado que não permite o tráfego dos veículos.
Resolução da questão: Alternativa “b”.