A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) denunciou a situação orçamentária pela qual passa por causa dos cortes sucessivos do Governo Federal e por ter apenas metade do orçamento previsto para 2021. A denúncia foi feita por meio de artigo divulgado no jornal O Globo no último dia 6 de maio.
O texto refere-se a informações do Governo recebidas pela universidade no dia 29 de abril. Na ocasião, a instituição soube que R$ 41,1 milhões de seu orçamento discricionário haviam sido bloqueados. Esse orçamento equivale a contas de infraestrutura física, de segurança, limpeza, eletricidade e água.
O artigo, que foi escrito pela reitora e pelo vice-reitor da UFRJ, Denise Pires de Carvalho e Carlos Frederico Leão Rocha, detalha que, desde 2013, o orçamento vem sendo radicalmente cortado.
Veja os orçamentos do Governo Federal para a UFRJ dos últimos dez anos:
- 2012: Orçamento de R$ 773 milhões
- 2013: Orçamento de R$ 735 milhões
- 2014: Orçamento de R$ 611 milhões
- 2015: Orçamento de R$ 606 milhões
- 2016: Orçamento de R$ 541 milhões
- 2017: Orçamento de R$ 487 milhões
- 2018: Orçamento de R$ 430 milhões
- 2019: Orçamento de R$ 389 milhões
- 2020: Orçamento de R$ 386 milhões
- 2021: Orçamento de R$ R$ 299 milhões
"O orçamento discricionário aprovado pela Lei Orçamentária para a UFRJ em 2021 é 38% daquele empenhado em 2012. Quando se soma o bloqueio de 18,4% do orçamento aprovado, como anunciado pelo governo, seu funcionamento ficará inviabilizado a partir de julho" afirma a UFRJ.
Covid-19
Entre os serviços realizados pela UFRJ que podem ser comprometidos por causa do corte de orçamento, estão pesquisas de duas vacinas nacionais contra a Covid-19 que estão sendo feitas em laboratórios da universidade e se encontram em testes pré-clínicos.
A instituição fluminense também relata que estudos pioneiros voltados ao coronavírus podem ser interrompidos, entre os quais vigilância genômica, identificação de novas variantes dos vírus; desenvolvimento de testes sorológicos, e vacinas com tecnologia nacional estão na fase de testes pré-clínicos.
Mais um serviço da UFRJ pode ter prejuízo sem verba: o funcionamento do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho onde foi instalado um novo CTI e mais de 100 leitos de enfermaria para tratamento da Covid-19.