O primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 aconteceu neste domingo, 05 de novembro. Além das questões de Ciências Humanas e Linguagens e Códigos, os candidatos também tiveram que produzir uma redação, que teve como tema: Desafios para Formação Educacional de Surdos no Brasil.
A informação foi divulgada logo após o início das provas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em sua conta no Twitter.
Pela primeira vez, o Enem terá videoprovas em Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).
Os candidatos tiveram cinco horas e 30 minutos para concluir a prova. O exame começou a ser aplicado às 13h30, no horário de Brasília, para cerca de 6,7 milhões de candidatos em todo o país.
O tema deste ano segue a tendência das últimas edições do Enem, que costuma abordar temas sociais. No ano passado, o tema foi Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. Violência contra a mulher, publicidade infantil, lei seca e movimento imigratório também foram abordados nos últimos anos.
Estrutura
O texto da redação do Enem deve ser dissertativo-argumentativo e o candidato deve apresentar uma proposta de solução para o problema proposto, a chamada intervenção. Também deve ser apresentada uma referência textual sobre o tema.
As redações com sete linhas ou menos receberão nota zero. Também serão eliminados candidatos que fugirem totalmente ao tema proposto e os que escreverem impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação.
A proposta de redação do Enem sempre vem acompanhada de textos que podem servir de motivação para que os candidatos elaborem seus próprios textos. No entanto, o estudante não deve se restringir às ideias apresentadas, copiar trechos ou torná-los parte de sua argumentação.
As redações serão avaliadas de acordo com cinco competências: domínio da norma-padrão da língua escrita, compreensão da proposta da redação e aplicação de conceitos de diversas áreas do conhecimento para desenvolver o tema; capacidade de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações para defender um ponto de vista; conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e elaboração de proposta de intervenção ao problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Redação e Direitos Humanos
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) havia determinado a suspensão do item do Edital do Enem que atribui nota zero à redação que ferisse os direitos humanos. A decisão foi tomada no último dia 26. Leia mais sobre clicando aqui!
O Inep, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), protocolou recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), às 16h de sexta-feira, dia 03, em relação ao pedido de Suspensão de Tutela Antecipada contra a decisão do TRF1. O órgão ainda informou que foi intimado na noite da última quarta-feira, dia 1o, da decisão que suspendeu o item do edital.
Ontem, dia 04, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, decidiu manter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que determinou a suspensão da regra que previa a anulação da redação que violasse os direitos humanos. Apesar disso, a competência cinco, que vale 200 pontos, determina que a redação deve ter uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Esse item não foi modificado pela decisão judicial.
Diante da decisão, o MEC e o Inep reforçaram aos participantes do Enem 2017 que não haverá anulação automática da redação que violar os direitos humanos, como previa o edital do Enem. “Continuam em vigor os critérios de correção das cinco competências, conforme estabelecido na Cartilha de Participante - Redação no Enem 2017”, diz nota.
*com informações da Agência Brasil