Fraudes no Enem 2014 em MG e MT são confirmadas pelo Ministério Público
Inep informou que ainda não foi comunicado pela Polícia Civil-MG sobre conteúdo das investigações
O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) juntamente com a Polícia Civil deste estado, confirmaram nesta quarta-feira, 26 de novembro, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014 foi fraudado. De acordo com o delegado da Polícia Civil Antônio Prado, a quadrilha conseguiu os cadernos de questão antes da aplicação das provas, em Mato Grosso e em Minas.
Segundo as investigações, entre 15 e 20 candidatos tiveram acesso às respostas. O delegado afirmou ainda que a polícia tem os registros das comunicações feitas entre os envolvidos na fraude. As investigações, que começaram em abril, apontam indícios de um esquema lucrativo que há anos pode estar fraudando vestibulares e o Enem.
A polícia considera o grupo uma das principais organizações criminosas especializadas em fraudar vestibulares no país. No último domingo, dia 23, foram presas 11 pessoas em flagrante. Elas estavam repassando o gabarito das provas, através de ponto eletrônico a 22 candidatos que prestavam vestibular para a Faculdade de Ciências Médicas, em Belo Horizonte. Outra pessoa acusada de integrar o grupo também foi presa na terça-feira, dia 25. Esses 12 integrantes continuam presos, por medida preventiva.
De acordo com os representantes do MP-MG e da Polícia Civil, somente nos últimos meses, quatro vestibulares de medicina, a maioria deles no estado de São Paulo, além do Enem, foram fraudados. A organização ainda pretendia atuar em mais outros cinco certames até janeiro de 2015.
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O grupo contava com “pilotos”, pessoas com alta capacidade intelectual, que faziam parte das provas rapidamente, e já saíam com os resultados das questões e, com o apoio de colaboradores e sob a coordenação de dois líderes, repassavam o gabarito para os candidatos, compradores das vagas, por meio de transmissão eletrônica, com a utilização de equipamentos de última geração, alguns deles importados da China.
As vagas para os vestibulares custavam entre R$ 50 mil e R$ 70 mil, e a maior parte do valor somente era depositada para o grupo criminoso após confirmada a aprovação do candidato. Pais dos candidatos suspeitos de comprar vagas também poderão ser investigados. Eles poderão ser indiciados e denunciados por fraude em certame de interesse público.
Validade dos certames
O Ministério Público informou que os vestibulares e exames fraudados poderão ser anulados caso não seja possível identificar todas as pessoas que foram favorecidas. A medida poderá ser tomada tanto via administrativa, caso o ente responsável pelo certame considere apropriado, quanto por meio judicial, se o Ministério Público comprovar o dano à coletividade.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, por meio de nota, que não foi comunicado, sequer contatado, pela Polícia Civil de Minas Gerais sobre o conteúdo das investigações e que qualquer pessoa que tenha utilizado métodos ilícitos para obter vantagens no Enem será sumariamente eliminado do exame, sem prejuízo a outras sanções legais.
*com informações da Agência Brasil