MPF do Ceará denuncia estudantes acusados de fraudar o Enem
Já em relação ao caso de estudantes que receberam o tema da redação do Enem, investigações da PF continuam
O Ministério Público Federal (MPF) do Ceará denunciou ontem, 15 de dezembro, dois estudantes acusados de montar um esquema fraudulento para acessar conteúdos sigilosos pertencentes ao certame do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, realizado nos dias 08 e 09 de novembro.
A ação penal é assinada pelo procurador da República Celso Costa Lima Verde Leal, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense. De acordo com o procurador, os denunciados Bianca Miranda Matias e Valbert Souza Gomes contrataram um homem que, no primeiro dia de aplicação da prova do Enem, repassou o gabarito do exame aos dois, por meio de celular.
Um dos estudantes ainda relatou ao MPF, em depoimento, que há alguns meses, um homem havia lhe cobrado o valor de R$ 15 mil em João Pessoa, para realizar a fraude. Para que o esquema fosse feito sem levantar maiores suspeitas, o acusado se inscreveu no Exame como sabatista e com problemas de visão. O estudante chegou a obter um atestado médico assinado por Miguem E. Duran Navarro, no município cearense de Porteiras.
No dia do exame, o denunciado Valbert Gomes foi ao local da prova com um celular comprado exclusivamente para a fraude. Mesmo alertado de que não poderia ficar com o aparelho, ele manteve o celular ligado dentro de uma sacola. Já Bianca Miranda Matias usou dois celulares, um deles comprado por ordem de um homem que repassaria o gabarito.
Consta ainda da denúncia que, diante de um problema elétrico na sala em que estavam no dia de aplicação da prova, os dois estudantes denunciados tiveram que mudar de sala e, na saída do local de prova, ao serem revistados por policiais federais, acabaram sendo encontrados os celulares com as mensagens de texto que continham o gabarito da prova.
Na ação penal, o procurador Celso Leal pede a condenação dos dois réus pelo crime de fraude em certames de interesse público, que prevê pena mínima de um ano de reclusão. Já em relação ao caso de estudantes que receberam foto da página da prova com o tema da redação do Enem deste ano, as investigações continuam sendo realizadas pela Polícia Federal.
*com informações da Agência Brasil