Reconhecer as variações linguísticas no Enem é uma das competências previstas na matriz de referência desse exame. Em virtude de sua importância histórico-linguístico-social, o tema sempre é abordado na prova, portanto, o Super Vestibular traz para você mais uma superdica de Linguagens e Códigos para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga na universidade.
O candidato deve saber que toda língua apresenta variações linguísticas que podem ser explicadas através de fatores históricos e regionais. No Brasil, essas diferenças ficam ainda mais acentuadas, já que nosso território possui dimensões continentais, um dos fatores que inviabilizaria a padronização da fala de um povo tão culturalmente diferente. É importante que você saiba que as variações linguísticas podem ser compreendidas a partir da análise de três diferentes fenômenos:
1) Diferentes grupos sociais com maior ou menor acesso à educação formal utilizam a língua de maneira diferente. Essas diferenças são observadas principalmente na modalidade oral, visto que a modalidade escrita possui regras que norteiam seu uso;
2) Em um mesmo grupo social, pessoas expressam-se de maneiras diferentes de acordo com a situação de uso, ou seja, adequam-se linguisticamente às situações formais ou informais de uso da língua.
3) As gírias e jargões também são elementos das variações linguísticas: eles demarcam grupos específicos, como profissionais de uma mesma área ou jovens que participam de uma mesma atividade cultural.
É importante ressaltar que nenhuma variação é melhor ou mais importante do que outra, pois negar a existência das variedades encontradas na oralidade, assim como deslegitimá-las, apenas corrobora com a teoria do preconceito linguístico, ideia errônea que atribui os “erros” cometidos na fala a uma possível deficiência ou incapacidade linguística do usuário. Observe agora como o assunto já foi abordado na prova de Linguagens e Códigos do Enem:
Exercício resolvido sobre Variações Linguísticas no Enem
Questão 106 – Enem 2013
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto:
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
e) originalidade, pela concisão da linguagem.
Comentário da questão: Típica do rap, a linguagem coloquial é responsável por conferir o efeito de espontaneidade à letra da música. A linguagem coloquial está associada a um contexto informal de comunicação, portanto, a intenção da música foi reproduzir essa comunicação.
Resolução da questão: Alternativa “d”.