Os biocombustíveis são combustíveis de origem biológica ou natural, cujas matérias-primas são cana-de-açúcar, soja, milho, palma, girassol, entre outras. Por ser uma fonte renovável de energia e com menor impacto para o meio ambiente em relação aos combustíveis derivados do petróleo, por exemplo, sua utilização vem sendo incentivada por vários países, incluindo o Brasil.
A necessidade de pesquisar e desenvolver biocombustíveis criou uma demanda por profissionais especializados, o que motivou a criação de cursos superiores de Tecnologia em Biocombustíveis. Esses cursos possibilitam o maior conhecimento e desenvolvimento profissional de técnicos que já atuam na área e de pessoas que querem entrar no mercado.
Quem atua na carreira deverá extrair essas matérias-primas e transformá-las em biocombustíveis, cujos exemplos mais conhecidos são biodiesel, bioetanol, biogás e bioeletricidade. Em seguida, precisa fazer análises químicas, físicas, bioquímicas e microbiológicas desses produtos. Por fim, o tecnólogo atuará na produção e desenvolvimento desses biocombustíveis.
O profissional estará preparado, ainda, para atuar na distribuição e comercialização dos biocombustíveis, sempre respeitando as normas de segurança e de qualidade e focando na preservação e conservação ambiental.
Tópicos deste artigo
- 1 - Público-alvo
- 2 - O curso
- 3 - Mercado de trabalho
- 4 - Formas de atuação
- 5 - Remuneração média
- 6 - Exigências para o exercício da profissão
Público-alvo
O estudante que prestar vestibular para o curso de Tecnologia em Biocombustíveis precisa gostar das disciplinas de química e biologia, defender a biodiversidade vegetal, conservar o meio ambiente e adotar conceitos de sustentabilidade. Também é necessário que seja uma pessoa atualizada, curiosa, inovadora e aberta a novos processos e tecnologias.
O curso
O curso de Tecnologia em Biocombustíveis ainda é raro, existindo menos de 10 em todo o país. Ele é encontrado principalmente em institutos federais (IFs), como os de São Paulo (IFSP) e Mato Grosso (IFMT). Também é oferecido na Faculdade de Tecnologia do estado de São Paulo (Fatec), em Araçatuba, Jaboticabal e Piracicaba.
Nos primeiros semestres do curso, os alunos veem disciplinas básicas como Biologia, Física, Química, Bioquímica, Cálculo e Agronomia Básica. Nos próximos semestres, há aulas de matérias mais específicas ao curso, como:
- Mecânica dos Fluidos;
- Microbiologia;
- Produção Canavieira;
- Processamento de Óleos e Gorduras;
- Produção de Matérias-Primas Graxas;
- Produção de Etanol;
- Produção de Biodiesel;
- Química de Biocombustíveis;
- Armazenamento e Transporte de Biocombustíveis;
- Motores para Biocombustíveis;
- Controle de Qualidade;
- Biomassa;
- Bioeletricidade;
- Legislação para Biocombustíveis;
- Gestão de Refinarias.
Antes de se formar, os estudantes podem buscar um estágio em usinas de biocombustíveis, o que ajuda muito na inserção no mercado de trabalho. Há vagas principalmente no Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Paraná e Rio de Janeiro.
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Mercado de trabalho
O mercado de trabalho de biocombustíveis no Brasil é amplo pela necessidade de produção de energias sustentáveis e alternativas ao petróleo. Em 2020, o País alcançou a maior produção de etanol da história. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados em 2018 apontaram que o Brasil é o segundo maior produtor e consumidor de biodiesel.
O profissional pode trabalhar em indústrias e usinas que produzem e distribuem os biocombustíveis, em laboratórios de controle de segurança e qualidade, em instituições de pesquisas, em agências e órgãos governamentais, entre outros. Por fim, há ainda a opção de abrir o próprio negócio.
Formas de atuação
O tecnólogo em biocombustíveis pode atuar de várias formas, entre as quais:
- Atuação em toda a cadeia de biocombustíveis: o profissional vai trabalhar desde a extração das matérias-primas até a produção, análise, planejamento, desenvolvimento e distribuição dos biocombustíveis.
- Comercialização dos produtos: depois que os biocombustíveis já foram produzidos, o tecnólogo pode atuar especificamente na parte comercial dos produtos, justamente por conhecer como funcionam todas as etapas de produção.
- Análise de segurança e qualidade: ao conhecer toda a cadeia de produção dos biocombustíveis, o profissional pode trabalhar na inspeção dos produtos, testando-os e verificando se eles estão aptos para o mercado. O trabalhador pode também analisar se essas fontes de energia alternativa já inseridas no mercado precisam de algum tipo de melhoria ou se têm alguma falha.
- Pesquisa e desenvolvimento de novos biocombustíveis: o graduado em Tecnologia de Biocombustíveis pode fazer pesquisas para encontrar novas formas de energia e, em seguida, atuar na cadeia de desenvolvimento.
- Desenvolvimento de máquinas e equipamentos: nesse caso, o profissional pode auxiliar na criação maquinários de última geração para ajudar a ampliar o mercado desses produtos.
- Consultor de desempenho em motores: quem trabalha na área de biocombustíveis pode, ainda, analisar se esses produtos estão colaborando para que os motores tenham desempenho adequado ou se estão causando algum tipo de transtorno.
Remuneração média
Não existem muitas referências sobre o salário de um tecnólogo em biocombustíveis, pois o curso ainda é escasso no país. A média de um engenheiro de petróleo e biocombustíveis é de R$ 10 mil, segundo o site da agência Catho.
Exigências para o exercício da profissão
Possuir diploma de tecnólogo em biocombustíveis. Há também a opção de se formar em Agronomia, Biologia, Engenharia de Energia e Engenharia de Petróleo e buscar uma pós-graduação na área de biocombustíveis.