Dicas de redação: carta argumentativa
A carta argumentativa deve deixar claro que o autor se dirige a um interlocutor com o intuito de defender um ponto de vista a partir da argumentação
A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sempre cobra do estudante um texto dissertativo-argumentativo, mas nos vestibulares outros gêneros textuais podem ser cobrados, como a carta argumentativa.
O gênero carta argumentativa é aquele em que o autor do texto se dirige a um interlocutor com o intuito de defender um ponto de vista a partir da argumentação. É preciso apresentar a tese ou ideia central a ser defendida, os argumentos pertinentes aos objetivos do texto bem como um desfecho, em que o autor sintetiza a discussão realizada na carta.
A carta argumentativa pode também apresentar propostas ou reivindicações. Ou seja, mesmo sendo em estrutura própria de carta, é preciso encontrar no corpo do texto algumas partes específicas, como: introdução, desenvolvimento e conclusão.
A carta argumentativa exige alguns elementos constitutivos a saber:
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Cabeçalho - que indica local e data de escrita;
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Vocativo - que deixa evidente a quem se dirige o texto;
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Apresentação no corpo do texto dos motivos para escrita da carta e dos argumentos que sustentam tal motivação;
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Saudação final ou despedida;
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Assinatura de quem escreve (indivíduo, grupo ou instituição).
Vestibulares
Alguns vestibulares que cobram dos estudantes uma redação do gênero carta argumentativa são os da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Veja abaixo um exemplo de proposta de texto de redação no gênero carta do Vestibular da Unicamp:
Dicas
A coordenadora de redação do Poliedro Curso, Fabiula Neuber, orienta para um ponto importante para evitar que o desvio de ideias e gênero aconteça. O pressuposto mais importante da carta é o processo de interlocução. Geralmente, o vestibulando treinado para a estrutura da dissertação-argumentativa ignora este ponto.
O processo de interlocução está ligado ao trabalho de construção de imagem de quem escreve e para quem se escreve. Quem escreve e para quem se dirige o texto são os elementos fundamentais para escolha da formalidade, dos argumentos e da linguagem empregada neste gênero.
Veja algumas dicas que a professora listou:
1. Atente-se à sequência textual
Já falamos sobre, mas nunca é demais reforçar que o elemento princpial para que uma carta seja argumentativa é ter uma sequência textual de argumentação. O que isso quer dizer? Trata-se da defesa de um ponto de vista.
Esse ponto de vista pode ser, por exemplo, uma tentativa de fazer o interlocutor mudar de opinião, agir de uma determinada maneira, participar de um evento, entre outros.
2. Deixe o texto de forma clara para o leitor
Ao escrever uma carta argumentativa, é preciso ter clareza na intenção comunicativa da escrita. Ou seja, se o que está sendo defendido ficou claro para o leitor, para quem está lendo a sua carta. A seleção de bons argumentos é fundamental para que o processo de convencimento do interlocutor seja eficaz.
3. Não abra mão da primeira pessoa
O candidato que esteja treinando ou que precise escrever o gênero carta argumentativa precisa deixar em evidência as marcas de primeira pessoa no seu texto, seja do plural ou do singular, conforme quem será o autor da carta.
Isso poderá ser feito através de verbos, pronomes e expressões de valor vocativo, além, claro, da própria seleção do conteúdo dos argumentos. Mas tome cuidado com as expressões como "venho por meio desta", que podem empobrecer e até engessar o seu texto.
4. Não coloque título no texto
Estamos falando de carta e logo, as mesmas não possuem títulos. Então, nada de colocar mas é necessário a incluir o vocativo, para deixar claro a quem o texto está sendo dirigido.
As cartas abertas, modalidade de carta argumentativa que tem por característica a publicação do conteúdo, podem conter uma espécie de título que é, na verdade, uma referência ao leitor sobre do que se trata o texto, como por exemplo: “Carta aberta ao Presidente da República sobre a reforma tributária".
5. Leia atentamente a proposta de redação
É muito importante conhecer e ter segurança sobre a estrutura do gênero textual cobrado, mas é fundamental que o vestibulando esteja apto e preparado para fazer uma boa leitura da proposta e dos textos de apoio oferecidos. Isso vai ajudá-lo a analisar e definir melhor o que ele poderá produzir e diminuir as chances de fuga ao tema.