Saiba como são realizados vestibulares na pandemia do coronavírus
Enquanto algumas instituições resolveram usar notas do Enem, outras criaram vestibulares pela internet
Em meio à pandemia do coronavírus, vestibulares com provas presenciais ficaram comprometidos. Para respeitar as regras de isolamento social, a maioria das instituições teve que cancelar os processos seletivos in loco e criar novas estratégias para avaliar os candidatos.
Grande parte das universidades optou por selecionar os vestibulandos por meio das notas do Enem. Há algumas que aceitam o desempenho da última edição do exame educacional; outras, para ampliar o leque, recebem notas de até dez edições passadas.
Nesse caso, os estudantes precisam fazer a inscrição no processo seletivo e também apresentar o número de inscrição no Enem para que as notas sejam localizadas. É importante destacar que somente são aceitas notas acima de zero. Geralmente, as universidades exigem notas mínimas.
A Universidade Tiradentes (Unit), com unidades em Alagoas e Sergipe, por exemplo, exigiu que os vestibulandos tenham notas mínimas de 450 pontos no Enem, mas, para o curso de Medicina, a pontuação aumenta: mínimo 600 pontos.
Vestibulares on-line
Porém, há instituições de ensino que resolveram inovar e criaram vestibulares on-line, nos quais os concorrentes são, literalmente, avaliados pela internet. Há provas teóricas ou práticas, dependendo do processo seletivo.
Entre os exemplos de vestibulares on-line, está o do Insper, de São Paulo, que já era conhecido por adotar um vestibular com etapas práticas. Antes da pandemia, os estudantes faziam as tradicionais provas presenciais e, ainda, eram submetidos a desafios ou precisavam resolver problemas.
Saiba como funcionam os vestibulares com etapas práticas
Plataforma específica
Com a pandemia do coronavírus, o Insper mudou o formato do vestibular. Agora, a primeira etapa é a realização de provas de conhecimentos gerais em uma plataforma on-line específica. Para isso, é necessário que o estudante esteja conectado à internet por meio de um computador desktop ou de um notebook, com webcam e microfone.
Os selecionados para a segunda fase devem, então, passar por quatro atividades obrigatórias, todas agendadas e monitoradas pela internet:
- Desafio de design
- Dinâmica em grupo
- Arguição oral
- Redação
Vídeo
A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) é outra instituição que mudou o formato do processo seletivo para se adequar às regras do isolamento social por causa do coronavírus. Com isso, o vestibular on-line é composto por uma entrevista de 30 minutos com um professor do curso e uma redação.
O diferencial, de acordo com Alexandre Gracioso, vice-presidente acadêmico da ESPM, é que o candidato não só produz a redação como também precisa realizar um vídeo. "Primeiro o candidato grava um vídeo com a ideia e depois envia o texto. Assim, avaliamos o raciocínio lógico e a clareza de ideias. Como no vídeo ele precisa desenvolver a ideia, depois somado o texto, teremos um bom resultado na avaliação", explica.
Entretanto, Gracioso destaca que a ESPM apenas antecipou o novo formato do vestibular, uma vez que já tinha essa alteração em mente. "Estamos realizando mudanças nas trilhas de todos os cursos há alguns anos e o nosso processo seletivo, mais dia menos dia, também seria totalmente transformado".
Segurança
O desenvolvimento da redação no vestibular on-line também é um destaque da Universidade Metodista de São Paulo. Nesse caso, os concorrentes precisam se logar em um sistema e escolher um tema para dissertar entre cerca de cem opções disponíveis.
Leandro Cardoso Lula, coordenador Comercial da Educação Metodista, ressalta que a instituição fica atenta ao período de produção do texto. "O candidato tem até 120 minutos para fazer a prova. Se ultrapassar o período, precisa encerrar, logar-se novamente e iniciar outra prova com outro tema", explica.
O coordenador salienta que, como parte de segurança, as redações são corrigidas com os mesmos critérios do Enem, há assinatura digital com validade jurídica (ICP-Brasil) e prova com chave criptografada (hash) para viabilizar auditoria. Além disso, na matrícula digital há detecção automática de plágio.