Olá, pessoal! Tudo bem?!
As provas do Enem já estão muito próximas e é preciso ficar muito atento nas nossas Dicas de Ciências Humanas!
Nossa dica de hoje é sobre as abordagens que o Enem vem fazendo sobre a história do pensamento filosófico, especificamente sobre a filosofia moderna. Já analisamos uma questão sobre o tema do Iluminismo e outra sobre o tema da Ciência Moderna. Neste texto seguem algumas dicas sobre as origens da filosofia moderna (nos séculos XVI, XVII e XVIII, principalmente) e a análise de uma questão referente a esse assunto.
O desenvolvimento da filosofia moderna está intimamente associado ao desenvolvimento da ciência moderna. Tanto é que alguns dos principais nomes da filosofia do século XVII também exerceram atividades científicas, como é o caso de René Descartes. Em um primeiro momento, a filosofia moderna também se destacou por grandes preocupações políticas, que são eventualmente exploradas pelo Enem. Filósofos como Maquiavel, Thomas Hobbes, Jean Bondin e Thomas Morus tiveram um papel fundamental nessa fase da filosofia, que foi profundamente marcada pelas reformas religiosas e pelas guerras civis a elas associadas.
Entretanto, na virada do século XVII até a segunda metade do século XVIII, uma das preocupações centrais dessa fase da filosofia foi a questão do conhecimento, isto é, havia a necessidade de compreender como o ser humano era capaz de conhecer a realidade. Por quais meios os dados da realidade chegam à consciência humana? Como podemos conhecer os fenômenos naturais? O conhecimento tem seu fundamento nos sentidos ou na razão? Essas eram as questões cruciais que dividiram filósofos como o já citado Descartes, David Hume, John Locke, George Berkeley e Leibniz.
Os filósofos de expressão anglo-saxã, como Hume e Locke, ficaram conhecidos como empiristas, haja vista que combatiam a postura que Descartes havia tomado em relação ao problema do conhecimento, isto é, que as fontes que fundamentavam a realidade existente dependiam exclusivamente do pensamento, ou da faculdade racional. Logo, o que vinha do exterior e das sensações deveria ser encarado com desconfiança. A postura de Descartes ficou conhecida como racionalista. Os empiristas, ao contrário, defendiam a importância da empiria, isto é, a realidade concreta tal como se apresenta aos cinco sentidos de que dispomos para a fundamentação do conhecimento humano.
A primeira e principal resposta ao impasse entre racionalismo e o empirismo foi dada pelo filósofo alemão do século XVIII, Immanuel Kant, em sua tríade crítica, cujo primeiro livro intitulou-se “Crítica da Razão Pura”.
Pois bem, a prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Enem de 2012, caderno azul, número 1, questão 30, apresentou uma abordagem sobre esse tema. Veja a questão a seguir (a resposta correta está marcada na cor verde):
Questão do Enem de 2012 que aborda o tema do conhecimento na filosofia moderna
Observem que a questão está organizada a partir de dois textos. Esses textos são excertos das obras “Meditações cartesianas” (TEXTO I) e “Uma investigação sobre o entendimento” (TEXTO II), de René Descartes e David Hume, respectivamente. Após apresentar os dois textos, a questão exige que o candidato os compare e indique a alternativa que evidencie a postura de cada um dos autores sobre a natureza do conhecimento.
Como foi dito nos parágrafos acima, Descartes representa o racionalismo filosófico, que desconfiava do papel dos sentidos na fundamentação do conhecimento, enquanto Hume posicionava-se em sua defesa. A letra E é a única que evidencia o caráter contraditório da posição dos dois pensadores e o ponto principal dessa contradição, a questão da obtenção do conhecimento. Portanto, a alternativa E está correta.
É de fundamental importância ficar atento à interdisciplinaridade entre filosofia e história, que é muito recorrente nas provas do Enem. Essas questões envolvendo textos de filósofos aparecem com muita frequência nas provas de Ciências Humanas.