Certificação do Ensino Médio pode deixar de ser feita pelo Enem
Novo modelo do exame educacional também deve excluir treineiros
Treineiros e estudantes que buscam a certificação de ensino médio podem não mais participar do novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa das mudanças pelas quais deve passar o exame educacional. A informação foi divulgada pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, nesta sexta-feira, 25 de novembro.
De acordo com Fini, dos 990 mil candidatos que fizeram o Enem com a intenção de obter a certificação, apenas 74 mil alcançaram o objetivo. “O exame não foi preparado para fazer esse tipo de avaliação", afirmou ela.
No momento, para obter a certificação é necessário que o inscrito tenha tirado pelo menos 450 pontos em cada uma das provas das quatro áreas de conhecimento e nota acima de 500 pontos na redação. A ideia, conforme o Inep, é que as certificações sejam concentradas no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) já aplicado atualmente no Brasil e no exterior.
Estudantes do primeiro ou do segundo ano costumam fazer o Enem apenas para treinar, uma vez que não podem usar as notas para participar de programas como o SiSU e o ProUni, os quais podem ser usados para ingresso no ensino superior. O novo modelo do Enem também não deve aceitar que os referidos estudantes façam o exame educacional. Nesse caso, segundo o Inep, eles fariam um simulado nacional, aplicado em julho, e poderiam usar as notas para ingressar nos citados programas.
Discussão
A proposta nova reforma do ensino médio (MP 746/2016) é que os estudantes tenham aceso a um aprendizado comum, definido pela Base Nacional Comum Curricular, que ainda está em discussão. A ideia é que o Enem se adapte a esse novo modelo.
De acordo com nota liberada pelo Inep na tarde de hoje, “as informações são apenas propostas apresentadas a especialistas da área de Educação por autoridades do Inep e do MEC e que permanecem em fase de estudo e elaboração pelo corpo técnico e gestores desses órgãos”
Ainda segundo o instituto, não há qualquer alteração definida sobre o novo modelo do Enem, e sim diretrizes sobre pontos em que o exame pode avançar para continuar garantindo a inclusão dos estudantes brasileiros no Ensino Superior, inclusive por meio de programas federais como o SiSU, Prouni e Fies. "Após a conclusão da elaboração das propostas e sua aprovação, estas serão apresentadas pelo MEC à sociedade brasileira, o que só ocorrerá depois da finalização do processo de aplicação do Enem 2016", avisa o Inep.