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História da Ciência Moderna no Enem

Neste texto são oferecidas algumas dicas sobre o tema da História da Ciência Moderna no Enem, bem como a análise de uma questão de 2013.

Publicado por Cláudio Fernandes
O filósofo René Descartes (1566-1650) foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da Ciência e da Filosofia modernas

Olá, pessoal, tudo bem?!

O Enem está cada dia mais próximo e vocês não podem deixar de conferir as dicas para Ciências Humanas. Neste texto, vocês podem inteirar-se de algumas dicas sobre abordagens possíveis do Enem sobre a História da Ciência Moderna, bem como podem verificar uma análise que fizemos de uma questão do Enem de 2013 que abordou esse tema.

Geralmente, os temas relacionados com a História da Ciência Moderna ou o nascimento da Ciência Moderna são estudados no Ensino Médio quando se aborda o conteúdo do Renascimento. Sabemos que a partir do fim do século XIV, em algumas regiões da Europa, sobretudo as mais populosas, houve tanto o “renascimento comercial e urbano” quanto o chamado “renascimento artístico e científico”. Apesar de serem ressaltados o avanço em campos como a Física e a Astronomia e os estudos anatômicos e fisiológicos, pouco se explora a respeito da estrutura filosófica que deu suporte ao estabelecimento dessa nova ciência, que, no século XVII, sobretudo com René Descartes, Leibniz e outros filósofos (que também eram cientistas), transformou-se em um sistema filosófico e científico.

Pois bem, como veremos mais adiante, o Enem desde algum tempo vem incorporando em suas provas temas mais complexos, como essa fundamentação filosófica da Ciência Moderna que apontamos no parágrafo acima. Há diversas questões no caderno de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Enem que mesclam conteúdos de História e reflexões filosóficas. É necessário ficar atento para isso, pois a interdisciplinariedade é uma marca forte do Enem.

Duas das características fundamentais da Ciência Moderna precisam ser ressaltadas. São elas: linguagem matemática, que está implicada nas fórmulas que decodificam os fenômenos naturais, e a relação com a técnica, ou a produção de aparatos tecnológicos capazes de manipular a natureza. A Matemática tornou-se, a partir do século XVII, a “gramática da natureza”, isto é, a forma pela qual o universo é “traduzido”. A partir dela, os cientistas puderam compor suas teorias. Já a técnica nasce como necessidade de outras duas características basilares da Ciência Moderna: a experimentação e a observação. A criação do telescópio por Galileu Galilei, por exemplo, teve como objetivo uma melhor observação dos corpos celestes e a comprovação de hipóteses como a das crateras da Lua, entre outras.

Entretanto, progressivamente, essa técnica foi se convertendo no desenvolvimento de artefatos tecnológicos capazes de transformar matérias-primas em produtos (como as máquinas a vapor) e controlar com precisão a passagem do tempo (como os relógios de precisão). Essa aliança entre a Ciência e a Tecnologia produziu, ao longo dos séculos XVIII, XIX e XX, uma crença no progresso e uma dependência de artefatos tecnológicos que é vigente até os dias de hoje.

O filósofo e historiador da Ciência Alfred Whitehead destacou em alguns de seus trabalhos essas particularidades da Ciência Moderna. Abaixo há um trecho de seu livro “A ciência e o mundo moderno” no qual ele dá uma síntese da importância dos filósofos e cientistas da Idade Moderna para a solidificação da ciência moderna:

“No tempo de Galileu, Descartes, Spinoza, Newton e Leibnitz, a matemática tinha uma influência da mais alta magnitude na formação das ideias filosóficas. Mas a matemática, que então atingiu a preeminência, era uma ciência muito diferente da matemática da época primitiva. Ganhara em generalidade e começara a sua quase incrível carreira moderna de amontoar sutilezas sobre sutilezas e de encontrar, com cada aumento de complexidade, alguma aplicação nova, ora à ciência física ora ao pensamento filosófico”. (WHITEHEAD, Alfred. A ciência e o mundo moderno. São Paulo: Paulus, 2006, p. 47.)

A articulação entre Ciência, sobretudo a Ciência Física, e o pensamento filosófico fundou a atmosfera de crença no progresso que apontamos acima. Leia, logo a seguir, a questão de número 41 do Enem de 2013 que aborda exatamente isso. A alternativa correta está marcada na cor verde:


Questão do Enem de 2013 que abordou o tema da Ciência e da Filosofia do início da Idade Moderna

Essa questão está ancorada em um texto de Alberto Cupani que trata da tecnologia como um problema filosófico. A questão exige que o candidato aponte a alternativa que indique no que consiste a investigação científica. O autor do trecho citado menciona nomes de filósofos como Descartes e Bacon, que foram personagens importantes para a constituição da Ciência Moderna, e aponta como objetivo desses autores o anseio por “libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente”.

A “alternativa C” destaca o anseio apontado pelo texto e remete à ideia basilar da aliança entre a ciência e a tecnologia que apontamos em parágrafos anteriores, isto é, à ideia de progresso. Nesse sentido, a letra C está correta.

É isso aí, pessoal!

Fiquem atentos às dicas para que tenham um bom desempenho nas provas!

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